domingo, 31 de março de 2013

A Grande Coisa!!!


Novos poemas, novo livro.  Assim sempre foi o meu método caótico (anárquico?) de publicar meus poemas: publicar sempre que tivesse escrito algo publicável numa quantia suficiente para compor um livro de 64 páginas. Então eis "A Grande Coisa"! O título vem de uma própria expressão minha ao ler e reagir à frase seguinte, do poeta e escritor francês Anatole France, sobre a utilidade de poetas e poesia: "Os poetas ajudam-nos a amar: só servem para isso."  Soou-me,  na ocasião,  que o tom "grande coisa", possivelmente proferido ironicamente por pessoas que não gostam de poesia, portanto condenadas a viver sem ela,  seria cimentado pelo tom orgulhoso  "a  grande coisa" daqueles que gostam de poesia e precisam dela para viver. Serventia de "ajudar a amar" é realmente uma grande coisa!

Enfim, o livro promete vir para o segundo semestre de 2013, por enquando estou ainda arrebanhando os poemas que escrevi de 1980 até a presente data, estou coletando opiniões sobre eles enquanto reúno moedas para os custos gráficos - isto nada tem a ver com projetos e antiprojetos de leis de incentivos às culturas! - e estou também trabalhando uma capa com um desenho de minha amiga e grande pintora Vitória Basaia. Tento fazer bonito!

O livro, que já teve alguns poemas divulgados em blogs e jornais do país (Flerte, O Vivente, Rondel Enluarado, Vias Ínvias, etc) e também teve alguns poemas musicados, como por exemplo este "Silêncio, saudade brava!" que tornous-se musical pelas mãos do grande compositor amazonense João Cândido (O Candinho da dupla "Candinho & Inês"), é o meu quinto livro de poemas e deve ser vendido por um preço de capa de R$ 15,00 (quinze reais).  Por enquanto eu posto aqui mais 2 poeminhas dele, para a vossa preciosa apreciação. Obrigado!


 
SILÊNCIO, SAUDADE BRAVA!

Insone no apartamento
ouvindo tudo de nada
eu, paro por um momento,
atento na madrugada.

Não há ruído de rua
Não há salto na calçada
Estranho a falta de lua
Estrelas muito caladas!

Escuto nesta cidade
Que anda muito parada
Me bate a tua saudade
Que late desesperada.

Não há um som que se acorde
Numa cantiga de nada
Só tua saudade  morde
Só tua saudade nada.

Altair de Oliveira, In: "A Grande Coisa."


   ***

DESPRENDEM-SE FUTUROS DO PRESENTE!


Passado o meu passado,
em meu presente,
pressinto de repente
um mal estado
de ainda ter futuro de presente
depois de tê-lo um dia no passado...

Passado o meu futuro do passado
eu tento ver o que saiu errado
e é como houvesse um furo no futuro
e o meu presente ter se esvaziado...

Pudesse, eu rasgaria este presente!
Soubesse, o comeria malpassado...


Altair de Oliveira, In: "A Grande Coisa."



   ***

Poemas: textos de "Altair de Oliveira", In: "A Grande Coisa."
Ilustrações: Fotos de 2 trabalhos  da série "Anjos & Santos" da pintora matogrossense "Vitória Basaia".